terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Confissões de uma primeira pessoa do singular desabituada por Charline Scaldini

Ao tomar conhecimento de que um post para o blog seria obrigatório, me surpreendi com minha falta de intimidade com esses aparatos disponíveis para qualquer pessoa que queira compartilhar qualquer assunto com qualquer um de qualquer maneira. Especialmente no caso do blog, visto que, no meu entender, seu objetivo seja acima de tudo expor o que está oculto nas densas brumas da interioridade do autor, e, posteriormente, ser lido. Confesso que nunca escrevi em um blog antes, nem nunca tive fotolog e afins. Confesso que esse “afins” é pra expressar minha falta de familiaridade com essas ferramentas que mudam antes que eu aprenda para que servem e desfrute de suas peculiaridades. Confesso que embora não seja do time das pessoas atadas ao século XX, que rejeitam os benefícios dos inúmeros instrumentos oferecidos pela tecnologia, ainda envio cartas pelo correio e tenho relutância em ser lida, ser vista e ser comentada na rede. Mas não é fácil. Essa rede vem se tornando cada vez mais complexa e envolvendo a todos, que se introduzem nela seja deliberadamente ou por imposição do trabalho , faculdade ou convívio social. E quem ainda resiste aos feitiços dos dispositivos midiáticos e vê com objeção a exposição do eu por meio do twitter, do facebook e afins corre o risco de ser considerado anacrônico, talvez até estigmatizado, nunca se sabe. Confesso, enfim, que não sei o que deve ser escrito para ser tido como interessante e digno de ser comentado. Talvez poucos saibam. Confesso que a falta de ideia para um post decente acerca de algo que pudesse despertar algum interesse me impeliu a algo mais prosaico: faço uso desse post debutante para me inserir nas técnicas de escrever um diário em um meio público, com a possibilidade de ser lida. Aliás, descobri a existência de sites que encorajam internautas a confessar seus pecados anonimamente, incluídos o perdão e a sentença, feitos pelos leitores. Confesso que escrevi por lá.

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