Produzir e enviar fotos sexy de si mesmo para parceiros amorosos está virando moda que ganhou até nome: sexting
Matéria publicada da revista Gloss da editora Abril, em julho de 2010, relata um dos fenômenos que vem crescendo bastante nos últimos anos e que foi gerado pela grande exposição das pessoas nas redes sociais: sexting. O nome “sexting” é baseado em uma junção de palavras, oriundas dos radicais “Sex” (sexo) e “Ting” (sufixo de texting), exatamente por essa origem histórica do “sexo por mensagens de texto”. Apesar de atualmente os conteúdos terem se tornado menos textuais e mais imagéticos, o nome manteve-se. A facilidade de tirar fotografias e o acesso à internet pode levar um grande número de adolescentes a praticar sexting que fazem uma verdadeira competição por números de acessos às suas fotografias. A princípio, tudo começou na troca de fotos sensuais entre namorados pelo celular, mas com o tempo ganhou dimensão maior, com o compartilhamento desse material entre amigos e até mesmo a publicação em sites abertos à visitação de qualquer um.
A matéria cita pessoas anônimas e até celebridades que sentem prazer em se expor em cenas íntimas para o público virtual. Pesquisa realizada nos Estados Unidos por uma ONG organizadora da Campanha Nacional para Prevenção dos Jovens e Gravidez Não Planejada comprovou que, entre os jovens de 20 a 26 anos, um terço já praticou o sexting.
Um caso bastante conhecido de sexting foi o “lançamento” de Paris Hilton na mídia. A socialite se tornou famosa graças a um vídeo caseiro em que aparecia em cenas de sexo com um namorado e que foi publicado na web. Outros famosos também tiveram sua imagem em cenas intimas publicadas nas redes sociais, como o caso da modelo Daniela Cicarelli que teve um vídeo publicado no YouTube com cenas que foram filmadas enquanto praticava sexo em uma praia pública da Espanha, a modelo Fernanda Lima que teve um vídeo publicado na internet com cenas da sua intimidade com o seu marido também modelo Rodrigo Hilbert e o caso da ex-BBB Maíra Cardi, que teve um vídeo em situação muito íntima com o ex-marido transmitido na internet após seu celular ter sido roubado.
A matéria também menciona o livro O Show do Eu – A Intimidade como espetáculo, de Paula Sibilia, que cita que o principal objetivo das estilizações do eu consiste precisamente em conquistar a visibilidade. De acordo com Foucault, “o discurso sobre o sexo, já há três séculos, tem-se multiplicado em vez de rarefeito”. Essa incessante busca pela visibilidade e pela ambição de fazer do próprio eu um espetáculo, pode ser também uma tentativa de satisfazer um velho desejo humano: afastar os fantasmas da solidão.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo brasileiro André Lemos sobre o surgimento dessas novas ferramentas de auto-expressão na internet, “a vida privada, revelada pelas webcams e pelos diários pessoais, é transformada em um espetáculo para curiosos, e este espetáculo é a vida vivida na sua banalidade radical”.
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