Desde 2001, Gordon Bell e Jim Gemmell, dois dos maiores pesquisadores da Microsoft, vêm trabalhando no projeto MyLifeBits. Registrando todos os momentos da vida de Bell a partir de uma microcâmera em seu pescoço, o projeto tem por objetivo o desenvolvimento de uma tecnologia que permita o armazenamento de todas as memórias de uma pessoa.
A partir disto, seria possível, entre outras coisas, consultar informações já esquecidas, reviver momentos passados, desvendar crimes e, o mais fílmico de todos: conversar com o avatar de uma pessoa morta. Através das memórias armazenadas de determinado indivíduo, seria criada uma projeção de sua imagem que, mesmo depois de sua morte, consultaria as informações disponíveis em sua memória digitalque, a partir de sua bagagem sócio-cultural, conversaria com seus familiares, amigos, dar conselhos aos netos.
Para o futuro, os pesquisadores já pensam em como essas microcâmeras se aclopariam ao corpo humano; através de adereços como broches, colares, anéis, pingentes ou mesmo lentes de contato, quase imperceptíveis ao próprio olho humano.
A memória digital também teria boas repercussões sobre a saúde, ao passo que não somente estímulos visuais e sonoros seriam captados, mas também sensações corpóreas, batimentos cardíacos e os níveis de oxigênio no sangue e de dióxido de carbono no ar. Porém, apesar de todos os benefícios e comodidas possíveis, a chegada - que não se mostra muito distante - desta nova tecnologia desencadeia uma série de questões relativas a quem se destinaria o acesso a tais informações e à propriedade que temos sobre nossas falas, atos, pensamentos, corpos e, por fim, sobre nossas memórias.
MyLifeBits rendeu aos idealizadores um livro que, em português, recebeu o nome de "O Futuro da Memória".
Projeto: MyLifeBits
Reportagem: Uma vida digital - Scientific American Brasil
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